Guia de mapeamento popular

Guia de Mapeamento Popular coloca as periferias no centro das políticas públicas

A Secretaria Nacional de Periferias lançou o Guia de Mapeamento Popular, uma iniciativa que busca dar visibilidade, fortalecer e valorizar territórios periféricos em todo o Brasil. Voltado para moradores, lideranças comunitárias, coletivos, pesquisadores e gestores públicos, o material foi elaborado para estimular a compreensão e o registro das realidades locais, colocando as comunidades como protagonistas na produção de dados e na construção de políticas públicas.

O guia propõe um olhar que vai além das carências e vulnerabilidades, reconhecendo as periferias como espaços repletos de histórias, identidades e potencialidades. A ideia é romper com estereótipos que reduzem esses territórios a problemas e, em vez disso, destacar a força cultural, social e criativa presente em cada um deles. Essa visão mais ampla busca fomentar ações transformadoras, com base nas capacidades e redes já existentes.

Uma das principais ferramentas da iniciativa é o Mapa das Periferias, plataforma que já reúne mais de 3 mil iniciativas cadastradas, abrangendo projetos sociais, culturais, de saúde, educação, assistência e mobilização comunitária. Entre elas, estão ações como a Caravana das Periferias, o Programa Periferia Viva e coletivos premiados pelo Prêmio Periferia Viva. Esses registros oferecem um retrato mais fiel das realidades periféricas e fornecem informações inéditas que podem orientar políticas públicas e apoiar a atuação de organizações e lideranças.

O material foi construído a partir de um processo colaborativo, iniciado em junho de 2024, envolvendo diretamente comunidades e coletivos periféricos. Dessa forma, o guia reflete as necessidades, saberes e vivências de quem está no território, garantindo autenticidade e relevância.

O funcionamento do guia é explicado em quatro capítulos principais:

  1. Processo de urbanização e periferização – apresenta a contextualização histórica e social dos territórios periféricos.
  2. Conceito de potencialidades – traz um olhar positivo sobre as capacidades e riquezas locais.
  3. Passo a passo para realizar o mapeamento popular – orientações práticas para registro e uso das informações no Mapa das Periferias.
  4. Resultados esperados – mostra como aplicar os dados coletados para gerar impactos concretos nas comunidades.

Com essa iniciativa, espera-se ampliar a participação cidadã, criar políticas públicas mais próximas da realidade e dar mais visibilidade aos talentos, às redes e às ações que já transformam o cotidiano das periferias brasileiras.